sexta-feira, dezembro 21, 2012

Coming Soon


Furei o futuro
Um pouco antes do fim do mundo.
Anunciei tragédias transparentes
Fingindo um colorido ausente.

Permaneci cortando a sobra das sombras
Sobre a faca do tempo distraído.
Eram dedos em dúvidas
Escondidos no asilo de suas rugas?

Portas partidas do meu cérebro repartido
Tanta coisa em mim além do conhecido.
Eu tenho quase tudo
Em alguns sonhos perdidos.

O amanhã continua mais vivo do que eu.

Leleco.

sexta-feira, novembro 02, 2012

Dama de la Muerte

Enquanto assombrava as sombras
Sobrava outra coisa
Ou quase nada
Imitando a si mesmo.

É preciso morrer em almas
Onde existo em noites longas.
O tempo para que tarde
Antes do adeus que se salva.

Alguém grita relâmpagos em céus de primavera
E eu no meio de todas as filas
Ainda desafio a vida.

Leleco.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Achados & Perdidos

Havia alguns meses que eles não se encontravam após a separação.
- Posso te falar de homens? (ela disse)
- Tanto faz. (ele respondeu)
- Os meus últimos relacionamentos tem sido com gays.
- Eu sempre disse que gay come mulher.
- Ah, hoje em dia, só há três tipos de homens: Os idiotas, os gays e as raridades. (ela disse)
- Hum... e em qual categoria eu me encaixo?
- A das raridades. (ela respondeu)
- Acho que ser "raridade" afasta as mulheres. Os idiotas e os gays é que estão certos.
- Por que você diz isso? (ela perguntou)
- É só perceber no que a gente se transformou.

Leleco.

quinta-feira, outubro 04, 2012

Até Eu

Assim como antes era qualquer eco oco criado
Agora era o vexame do santo enganando milagres
Que engasgava o meu riso.

Havia tão pouco de verdade que não imaginei
Onde eu parecia fingir
Que talvez fosse o mesmo de sempre.

Aquele ninguém a não ser minha própria heresia
Na boca arreganhada de um Deus da igreja que nunca existiu.
Eu muito antes de você
Já morria em tua solidão.

Leleco.

terça-feira, setembro 25, 2012

A Barca de Caronte

Era uma espécie de não ser
Aquela ressaca das primeiras lágrimas
Vestindo a minha próxima chuva.

Invento novidades que ignorava ontem
Pra dizer o que não sei.
Não existe verdade na arte,
A mentira deriva viva do valor.

É preciso suportar o silêncio sujo dos poetas
E os amores que sabem suas mortes.
Algo alma o abandono
De toda velha esperança.

Leleco.

sexta-feira, setembro 07, 2012

Axônio

Eu sou o outro dizendo a própria coisa
Ainda que o outro não seja eu.
Cada um no seu lugar nenhum
Quando fui embora de mim mesmo.

Acredito esquecer que existo
Antes de lembrar o que não encontro.
O abandono invertendo o corpo
E inventando invernos sem tempo.

Derramo qualquer mal de amor
No dilúvio viúvo das virgens.
Por si só espalho solidão
Na forma falsa do inferno.

A mentira é a verdade que não deu certo.

Leleco.

domingo, agosto 12, 2012

Asma

O resto era agora o que sei
E o que não está além disso é o que tinha de ser.
Eu sorria para uma ausência futura
Enquanto a palavra me repetia.

Fingia que não precisava fingir a saudade
Como um sol fora de estação
E então eu não queria mais nada daquilo.

Sou contra tudo que penso
E penso quase tudo contra.
O talvez sempre me fez mais sentido
Quando morrer é o menor dos riscos.

A verdade me dá asma.

Leleco.

quarta-feira, julho 18, 2012

Crematório

Eu nunca soube sobre o sempre que invento
Antes do talvez de cada verso.
O tempo e sua eternidade minúscula
Devoram os deuses que não rezaram por mim.

Passos pisam suas outras esquinas
Para que o poema seja além do pó
Esparramado no desencontro da vida
Quando eu não mais existir.

Amanhã seremos nós mesmos
Dormindo no domingo das neblinas
E no delírio refletido de meus livros.

Renasceremos.

Leleco.

terça-feira, julho 10, 2012

Subúrbios

Desfeito pela frase,
Cancelei o que veio depois.
Nada além do que tenho
É aquilo que já foi.

Eu sem céu
Ou alguma coisa do meu ontem esquecido agora.
O tempo reclamando bêbado de suicídio
Dos amores patéticos de subúrbios.

Eu esperava por um olhar ausente de aborto
Exibindo poses de hospício para o espelho.
Era o meu quase amor em sua forma
Aquele sol de nenhum girassol.

Leleco.

terça-feira, junho 19, 2012

Um dia para muito longe

Alguém acaba de dizer
Que não sabe onde está o que deixou de dizer.
Almas perdidas perdendo alguns pecados
À espera do Diabo sorrir na barriga de Deus
Anunciando que alguma coisa deu errado.

O que queria o que não sou
Até o fim daquilo que eu era?
Sufoco o foco através do espelho
Entre a solidão e o parto do sol.

Nada se fez febre no frio
Atropelando o vento e o pavio.
Rasguei o caos no ventre da vagabunda
Em busca de pedacinhos de paraíso.

Eu fui naquela noite um dia para muito longe.

Leleco.

terça-feira, maio 29, 2012

Aborto

Descobri depois do soluço
O vômito violento do vento
Cortando cortinas cardíacas
Do mesmo outro eu caduco.

Dúvida daltônica desiludida
Em copos cínicos de cianureto
Afogado na salvação divina
E confinado no próprio medo.

Nada esconde o ontem
Abortando o futuro
Antes que cedo ou tarde
Tudo se torne repetido.

A ausência é uma abertura para além.

Leleco.

quinta-feira, maio 17, 2012

Verme

Era um quase nada o que já não era eu
Enterrado vivo do outro lado da frase fria.
Alguma coisa parecia feita de poesia
Na palavra cortada da boca que morria.

Acordei como quem não dorme
- Vadia covardia minha -
Ao redor apenas havia
Nossa sombra soluçando o dia.

Outro ontem derramado a teus pés
Ânsia fúria afundada na lembrança
Ilumina cemitérios em festa
Enquanto o verme devora o que resta.

Leleco.

sexta-feira, maio 11, 2012

Pass

Passa ou Fica?
Eu,
Pacífico.

Leleco.

segunda-feira, maio 07, 2012

Mentolado

Onde deixei o beijo que nunca dei?
Eu já quase não gosto
Do gosto rouco escondido no seu rosto.

Passa pássaro cinza luz de cineasta
E você descartando o amor em canastra.
Fossa funda de qualquer buraco
Na lágrima atrás do retrato.

Até onde lembro
A sua mentira escondia um sabor menta.
Débil beleza de donzela
Enquanto eu só quero comer com coentro.

Desafio rugas rindo do próprio ridículo
A revista Veja não viu o meu último livro.
Sou esquecido naquilo tudo que não tem fim
E você diz que existir não depende só de mim.

Leleco.

quarta-feira, maio 02, 2012

Tumor

Ainda por não entender
Permaneci pisando em reticências.
Todo poema é letra morta
Sem a culpa do suicídio.

Era aquele Deus anêmico
Tão disposto a não ver defeito exposto
Que alimentava em mim nenhuma fé?

Esqueça o que eu disse sobre o ontem
É hora de desmentir o futuro.
Descubro o grito antes do susto
Na boca seca pela sede
De água cor do afogado.

Somos o tumor do tempo.

Leleco.

quarta-feira, abril 25, 2012

O que sempre esqueci

De tudo que eu ainda não soube imaginar
Sou o outro além de mim mesmo.
Quase posso morrer agora que sou vivo
E nem parece verdade o que eu digo.

Talvez seja apenas essa certeza nenhuma
Do meu pecado pouco original
Esquecido na maldição da maçã
Enquanto todo mundo se explica demais.

É preciso confiar no confuso
Antes do último aperto do parafuso.
É preciso que eu não esqueça
Aquilo que sempre esqueci.

Leleco.

terça-feira, abril 24, 2012

Hiato

Ontem eu acordei silábico
Ser poeta
É quase um hiato.

Leleco.

quinta-feira, abril 19, 2012

Onde os mortos se escondem

Eu estou aqui e não tenho nada com isso
Verbo Veloso de qualquer Caetano
Escorrendo da boca os seus enganos.

Tabaco tacanho em seus cafés cafetinas
Desejando o coito de Cristo
Em corpos capachos de Deus.

Narcótico amor neurótico
Aprisionado em sua dependência.
As árvores panfletam contra as raízes
Enquanto você culpa o demônio.

Ninguém chora a minha cachaça
Com limão e lágrima.
Onde os mortos se escondem no espelho
Resta apenas o silêncio fosco do que vejo.

Leleco.

sexta-feira, abril 13, 2012

Flor com abelha

Antes que eu me esqueça
Seu coração batia de medo
Daquele velho sonho empoeirado
Abandonado antes do começo do fim.

Havia um novo ontem
No pensamento que não pensa
Atravessando o tempo e a saudade
Da vida que não se vive mais.

O pesadelo de acordar livre
Fez o homem cuspir até o que não queria
E não há revolução maior a cada dia
Que o sorriso de sua filha.

Leleco. (Para Marceleza)

quarta-feira, abril 04, 2012

Macaco Haicai

Tudo em mim mudou
Quando Darwin contou
Que o macaco era o meu avô.

Leleco.

terça-feira, abril 03, 2012

Outono

Todo amor é vago, vesgo, leve e mudo
Como a estranha sede de minhas chuvas.
É que descubro além das curvas
Essa vontade suicida de viver.

Eu sempre perco o que não preciso
Além desse pedaço de silêncio partido.
Nada é tão eterno quanto o próprio inferno
Diante do espelho que inveja o invertido.

A um passo de mim
O Deus de meu pecado é outro.
Amanhã será ontem
No outono daquilo que não fomos.

Leleco.

quarta-feira, março 28, 2012

Ceviche

Ao redor da cabeça
A loucura proíbe o meu pensar.
Calor do céu de avião
Queimando na boca do fogão.

Quantas vezes preciso morrer agora
Até envelhecer novamente?
"É uma vida de se comer com os dentes"
Ela dizia fritando palavras no azeite.

Na mesa de jantar,
O silêncio cristão no prato de ceviche
Enquanto a pimenta ardia
O amor e o inferno de cada dia.

Leleco.

quarta-feira, março 21, 2012

Hospício

Transpirei pirei transparências
Na noite de teu hospício.
Enxuguei relâmpagos indecisos
Enquanto a vida passa precipício.

Há dias em que adio tudo
De sono a qualquer mergulho.
Águia água cai em meus olhos
No samba-cósmico da geléia-canção.

Engasguei alguns sonhos
Anunciando a poesia devastada por fumaça
É ali que começo a morrer para a palavra.

Estou definitivamente esquecido.

Leleco.

quarta-feira, março 14, 2012

Aquilo que eu era sozinho

Quem nunca morreu não sabe
O fim daquilo que eu não era
Ou a mentira de que vivo.

Arrisquei quase nada
Como quem pisa no paralelepípedo
Fingindo ser abismo.

Escorreguei distraído
Em olhos que não reconheciam
Aquele corpo de coisa alguma
Envelhecido no pedaço de vidro.

O resto era o risco
De ser aquilo que eu era sozinho.

Leleco.

segunda-feira, março 12, 2012

De tudo que lhe dei para amar

Breve greve de seus grampos
Espelha o que se espalha
Contra tudo o que penso
Com ou sem nenhum acento.

Volta torta sobre rodas
Faz do amor um nó de corda
Sorrindo carinhos cariados
Como quem não precisa aceitar a saudade.

Poeira pia poesia
Enquanto pensava alto e não percebia
O despertador resistir ao tempo
E ainda não era dia.

Leleco.

terça-feira, março 06, 2012

Qualquer outro

É tudo questão de circo, circuito e coito
O medo que tenho das cores.
Chove chumbo Pernambuco
Pelé de todos os santos.

Eu morto de preguiça
Do novo soul americano.
Sal, céu e Cruzeiro do Sul
Baba profana de boi Zebu.

Tudo desde sempre
Sem nunca antes ter havido
A imagem refletida da própria vida
Amassada pela poesia aflita.

Esquecido em meu e em mim
Sou qualquer outro
Que nunca vejo.

Leleco.

domingo, fevereiro 26, 2012

Doce sabor do acaso

Coma o que é concreto,
Vomite o que é céu
E esqueça o que foi seu.
Vamos revelar nenhum espírito
E rabiscar poemas de Shakespeare.

Onde estou que não encontro
O outro lado do que nunca fui?
Serei apenas esse corpo sem esquina
Com um jeito quase estranho de ruína.
O espelho é o retrato de uma ausência
Da cópia que é sempre mais bonita.

Respirei a sobra da gramática
No doce sabor do acaso.
E eu ainda não sabia
Quantos de mim cabiam num dia.

Leleco.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Habeas Corpus

Era apenas a alma enforcada
Naquele morrer diferente
Onde o que mata é aquilo que não se sente.

O sono suspira seus delírios
Nas fagulhas da loucura.
Saliva febril de fósforo
Aquecendo lábios pálidos.

O volume do grito
Arranhando esqueletos enrugados
E engolindo o tédio e a neblina
Das paixões engorduradas.

Não serei o subúrbio de nenhum amor!

Leleco.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Bruxaria

Agora que sou
Aquilo de ser o outro
Aprisionado em nenhum corpo
Algo me lembra de existir.

Um desejo bruxo da mistura
De amor faminto e abandono
Em verso vinho de um gosto vazio.

No fundo de todos os delírios
Invento a dúvida que me salva em dívida
E o sono que me agita
Assim que amanhece o dia.

Quem disse que não é feitiçaria?

Leleco.

sábado, fevereiro 11, 2012

Na casa de tijolo vermelho

A sede quase mata
Em águas que são vivas
E a ilusão do que há
Longe dela.

Esqueci de esquecer
Seu amor cor de jasmim
Disfarçando aquilo que se vive
Em pequenos goles de amanhã.

O vento sopra a saia
Enquanto afundo entre pernas.
Onde você foi desejo
À espera da meia-noite?

Eram minhas palavras de vídeo cassete
A desafiar outras respostas?
Na casa de tijolo vermelho
Despencavam exclamações de travesseiro.

Leleco. (Para Mariana)

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Binóculo

O amor não passa de violentas violetas
Em carnes perfumadas.
Noite pesada, nuvem com alma de chumbo
Acendendo chuvas quando dobram em mim.

Mona Lisa mal-assombrada
Florindo fumaça
Em retratos de botequim.

Entre os dedos
Disfarço um binóculo
E enxergo além do unicórnio
A constelação que guardei pra ti.

Volto a evaporar solidão
Em vazios que o vento sopra
Queimados de som
Muito além do seu jardim.

Leleco.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Nada mais que nós mesmos

Apertei a alma entre os dedos
E costurei um céu com o pedaço
Que alguém roubou do Paraíso.
Por que Deus não veio
Antes de dinamitar seu desprezo?

Voltou o cheiro túmulo
Do amém tímido dos mortos
Em provérbios do inferno.
Nada mais que nós mesmos
Diante do olhar do espelho.

Apaguei a vela que era viva
E adiei o silêncio enganando palavras.
Antes do tempo triturar eternidades,
É preciso desafiar a própria vaidade!

Leleco.

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Carnival

Agora eu só queria desfilar
Esquecido na semi-vírgula da serpentina.
Na fome dos mortos,
Ser mais um canibal de carnaval.

Carne-seca do meu tamborim
No pecado de mim mesmo.
Aquela alegria quase tímida
Exposta na Avenida Central.

Pouco a pouco
Eu era quase o resto
Da fantasia que já não existia.
Vagando meus vagalumes
Em venenos 220 volts.

O amor em vão
No chão entre confetes.
Sua alma sumiu na esquina
Antes de nascer o dia.

Leleco.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Retrovisores

Os espelhos, são muitos.
São outros.
São raros.
E o quanto cabe de meu rosto?

O ontem amanhece com algum esforço
E qual é o agora que preciso?
Esqueço que sou um retrovisor apenas vivo
Aprisionado no corpo que me assusta.

Molhei palavras da boca
Em restos de nenhum incêndio.
E o seu olhar de lacunas
Nunca carbonizou o meu pretérito perfeito.

Leleco.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Ilusão de Ótica

O pecado é o que me torna santo
E sou o mesmo de sempre quando sou outro.
Pensei o que já havia pensado
Sobre o que sempre escondi nos retratos.
O que queria aquilo que nunca fui?

Talvez ainda acordem palavras de vidro
Esquecidas na cegueira além dos olhos.
Por enquanto, estou inventando qualquer miragem clandestina
Para refletir minhas interrogações.

Não se via no fundo o foco
Quando cada um era único.
Somos o espelho rachado
De um Deus pálido.

Leleco.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Vidraças

O amor armou aos tropeços
Essa saudade amarrotada.
A imaginação ainda é mais pesada que o ar
Quando penso em quase nada.

Todo passado é o reflexo de mil vidraças mofadas
E sem saber, eu já sabia
Que só a realidade pode ser delicada.

Entre um andar e outro,
O espelho rouba e não devolve
Tudo que envelheceu pelo caminho.

Eu era ao longe
O primeiro fim do meu próprio começo.
Outro silêncio grisalho
No rosto que invento.

Leleco.

sábado, janeiro 07, 2012

Aliança

Tentei explicar a vírgula de sobrancelhas franzidas
Antes de suspirar o último olhar
Com a malícia de um amante.

Como o amor era antes,
Eu não sei ou nunca soube
Até descobrir a falta do que aconteceu
A um passo de mim.

Era quase ano novo no retrato dos noivos
E o amanhã devia ser o próprio hoje.
De repente, não havia espaço
Para mais ninguém ao nosso lado.

Leleco.

sexta-feira, janeiro 06, 2012

Epilepsia

Enquanto não digo nada, o silêncio flutua inquieto
E ela insiste em canções epiléticas.
Qual é a outra versão da próxima verdade?
É melhor engolir o mundo e mudar de assunto.

O novo é quase indeciso e sem contorno
A cada dia que o antigo se alonga.
Ouço a queda e mordo
O adeus morno de nenhum outro.

O inferno é um paraíso
Quando quero morrer sem encontrar ninguém.
Aprisionado pela poesia
De um todo para tantos esquecidos.

Leleco.