sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Indefinido

Cada um abre os braços,
Parte do meu destino
Produzida na multiplicação
Da necessidade de sonhar.

A tatuagem no alto do ombro
Ainda gira em relação a mim.
Lembra quando tudo parecia fácil?
Lembra quando o amor vencia o medo?

Fiquei velho e covarde!
Enterrado em dúvidas até o pescoço.
Quanto há de água neste vinho puro?
O quanto do teu sangue ainda é meu?

O tempo dilata a saudade
Quero tudo ao mesmo tempo e agora!
Quem somos nós então?
Voltamos para trás?
Viramos para o outro lado?
Tudo novo de novo?
Ah!
Esse indefinido mal de amor...

Leleco.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Confete & Serpentina


Eu não sou eu
Eu não mais estou
Eu não conheço o ponto de partida,
A chegada nem a saída
E o que sobra sou eu e minha menina
Inseparáveis como confete e serpentina.

Leleco.

Carnavalização


Meus pontos de apoio
Nos dedos que conjugam o mesmo verbo
Colcha de retalhos
No fundo de mim.

Nado no nada
E flutua o barulho violento
Do grito esquecido no tempo.

Apaguei os restos
Abandonei velhos vícios
Vesti a miséria e a alegria
Pra ilusão do carnaval.

Calculo a falta
Como se pudesse completá-la
Atravesso a lágrima
Nesse compasso binário
E finjo parecer normal.

Leleco.