sábado, janeiro 15, 2011

Sem dono

Arrepiei idéias
Entre cabelos soltos.
Tanto amor e agonia
Nesse agora incerto.

Esse olhar sem dono
Varre a noite confusa
Entre putas despetaladas
Na eternidade que não fomos.

A palavra sem ser dita,
A boca sem beijo
Chorando em silêncio
O adeus da margarida.

Leleco.

terça-feira, janeiro 11, 2011

A Febre

Mente mentirosa minha
Embaralhando loucuras
Sonhadas pelos mortos.

Retorna a febre e meus demônios
Na garrafa que antecede a solidão.
O tempo para que tarde
No chorar de choro antigo.

Estranha espera de abrigo
Por alguém que não existe
Ou que não verei nascer
No sorriso esquecido em mim.

Leleco.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

A Balada do Enforcado



Onze décimos de intervalo
Entre a mão que me segura e a queda.
Naufragado na neblina
Dos delírios de minhas esquinas.

O espelho e minhas interrogações
Arranhados pelo ontem.
Restou Rimbaud em mim
Vivendo e sendo a própria poesia.

Anotei silêncios em noites amassadas
Refletindo um pálido verde olho.
Por amor ou por desgosto
Permaneço enforcado pelo oposto.

Leleco.

sábado, janeiro 08, 2011

Loteria

Como havia em mim
O tal do amor,
Preferi me calar.

Esclareço, ao menos,
O preço da saudade.
Não há estupidez sem recompensa
Arrisco, fico e não desisto.

Vai, vem e volta
Enquanto dormem quilômetros.
De música e de sobra
A vida se renova.

Leleco.