quinta-feira, outubro 18, 2007

Pai de um Cardiopata

Ser pai de cardiopata, é abdicar de planos e sonhos para viver uma vida de incertezas e sustos. É travar pequenas batalhas todos os dias esperando que no final da luta saíamos todos vitoriosos, quando na verdade a grande vitória é nos mantermos de pé. É rezar todos os dias para que possamos ver nossos filhos crescerem, irem a escola, namorarem, casarem terem seus próprios filhos, mas acima de tudo, amar tanto, tanto, que em alguns momentos apenas desejamos que eles não sofram mais. É aprender a compartilhar a dor, entendendo que dor de pai não tem tamanho nem intensidade, é simplesmente DOR. É descobrir que ser pai é ter um estoque infinito de AMOR e de FORÇA, é brigar como nunca imaginamos que poderiamos, é chorar, rir, se desesperar, mas nunca desistir. É ter marcas que jamais se apagam, que nos fazem recordar o quanto tudo valeu a pena. É sentir a angustia da impotência e a felicidade de podermos estar aqui para dar a mão a estes seres tão especiais. É não saber até quando teremos estes anjos conosco, e mesmo assim, agradecer cada minuto que estamos ao seu lado. É finalmente compreender que amor de pai não respeita tempo nem espaço, ultrapassa os limites do infinito e da própria vida, sempre existiu e sempre existirá.

Quanto Vale?

A vida dura só um dia
Um pulo, um grito
Um gole, um gemido
Um sorriso, um abraço
E um suspiro...

Leleco.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Vicente

Bate coração pela metade
Sua vida senão eu piro
Viro pro lado e não durmo
Distante é o lugar que não quero estar.

O esquerdo e meu medo
Eu já amo tanto você
E cadê?
Será pedir demais?

Comigo até o meu último suspiro
Sempre soube como vencer
Agora sou incapaz de compreender
O que sente meu filho Vicente.

Leleco.