quarta-feira, julho 18, 2012

Crematório

Eu nunca soube sobre o sempre que invento
Antes do talvez de cada verso.
O tempo e sua eternidade minúscula
Devoram os deuses que não rezaram por mim.

Passos pisam suas outras esquinas
Para que o poema seja além do pó
Esparramado no desencontro da vida
Quando eu não mais existir.

Amanhã seremos nós mesmos
Dormindo no domingo das neblinas
E no delírio refletido de meus livros.

Renasceremos.

Leleco.

terça-feira, julho 10, 2012

Subúrbios

Desfeito pela frase,
Cancelei o que veio depois.
Nada além do que tenho
É aquilo que já foi.

Eu sem céu
Ou alguma coisa do meu ontem esquecido agora.
O tempo reclamando bêbado de suicídio
Dos amores patéticos de subúrbios.

Eu esperava por um olhar ausente de aborto
Exibindo poses de hospício para o espelho.
Era o meu quase amor em sua forma
Aquele sol de nenhum girassol.

Leleco.