quinta-feira, abril 29, 2010

A Distância

Distância.
A última palavra permanece em mim
Na noite dos que nunca partiram.
O agora caminha pelo meu futuro
Molhado de estrelas.

Acordo o infinito
Para que o amor possa nascer.
Sopro de leve a poeira
Do meu coração-poesia esquecido.

Tanto faz isso ou aquilo
No nosso sorriso vadio
É apenas o silêncio
Derretido no abraço do tempo.

Leleco.

domingo, abril 25, 2010

A lucidez de Lúcifer

Acordo sempre lúcido
Na boca de Lúcifer.
Compreender não é aceitar
De onde vim ou pra onde vou.

O inglês dos ricos
É o dialeto dos pobres
Essa é a única mentira verdadeira.
De ontem até amanhã
Tudo pode ser o contrário.

Volto a ser quem eu fui
No momento da morte.
Jogue os búzios,
Leia a minha sorte!
É a velha loteria da vida:
A agonia do recém-nascido
Contra a própria sina.

Leleco.

sábado, abril 24, 2010

O amor é azul e não cor do céu

O amor é azul
E não cor do céu
Mergulho em você
Ou numa chuva qualquer.

O tempo marca o silêncio no olhar
Tudo é vontade
Na imensa saudade do beijo.

Risco o ar
E quase me esqueço
Do verbo que inventei
Pra te conquistar.

Uma pedra e uma ilha,
Uma estrela em cada corpo
E o que escolhemos para um mundo só nosso.

Sempre,
A vida se renova.

Leleco.

sexta-feira, abril 16, 2010

Um dia branco

O amor se abre
Vestido de branco em algum banco
Ou no olhar de soluço
Enquanto gira o mundo.

A moça que passa
Canta baixinho White Stripes
E deixa pingar sorrisos
Sonhando com o seu "anjo".

Pintou as unhas de céu
Pra não se atrasar na volta.
A noite embranqueceu o dia
E desejou o meu beijo no beijo seu.

Leleco.

quarta-feira, abril 14, 2010

Do Esquecimento

Tudo começa por nada
A mentira e a verdade
E reconheço o que sinto
Quando a vida cobra os seus riscos.

Faltas e defeitos do novo
No olhar de meu espelho.
Estico palavras no ar seco
E desconfio de mim.

Três vezes duvidei da certeza
Com a melancolia dos imortais.
Arranhei pesadelos
Em amores sonhados reais.

O adeus pertence a quem?
Enxugo o suor de minha voz
E atravesso o invisível
Sem pensar em nós.

Leleco.

sábado, abril 10, 2010

Love me do

Vem pra mim
Com estrela no pulso,
Primavera nas mãos
E encontre em mim
Aquilo que procura.

Derreta esse medo amargo
Navegar é preciso!
Leve o meu sorriso
E deixe seus suspiros.

A notícia já espalhou de rua em rua:
"Ela ama um desconhecido".
Minha distância na sua
Acendendo o infinito.

Ah, é uma velha canção dos Beatles.

Leleco.

Biruta (Para F.)

Bebeu a birita
E ficou biruta.
Achou que podia voar
E esqueceu que chão não é mar.

Vermelho vinho proibido
Esparramado no azulejo
Um gosto de vazio
E a cabeça rachada no espelho.

Acendeu um cigarro
E quase chorou.
Prometeu nunca mais misturar
Vodka com estabilizante de humor.

Leleco.

quinta-feira, abril 08, 2010

Interditado



Algumas horas depois,
O tempo recomeça.
Cheio de sono, sal e sorriso.
Todo mundo lembra que esqueceu
A chuva, choro e ruído.

Armadura ou armação
Aquilo que invento?
Amores e misérias
Nos boatos que espalham-se ao vento.

Eu grito pedaços de vidas coloridas
Na distância desse amor impraticável.
A cidade dorme seus vícios
Em você tão indecifrável.

Agora vou somar silêncio
Nesse apartamento.
O vazio repetição
Onde interditaram meus sentimentos.

Leleco.

quinta-feira, abril 01, 2010

Margarida

Veja, margarida
Como é engraçada a vida
Eu daqui, você de lá
Na mesma sintonia.

Olha, margarida
As avenidas do meu jardim,
As cores secretas
E o cheiro de alecrim.

Ai, margarida
O amor apaga a rotina
Vestido de poeta
No riso da menina.

Leleco.