quarta-feira, julho 28, 2010

11:56 pm de um futuro qualquer

O amor absolve ou condena
A distância que a balança equilibra?
Tantas rotas quase roucas
Do tempo que é solidão.

As paredes soluçando o infinito
Desde o fim até o princípio.
Pelas mortes que morri,
Deus precisa de mim para existir.

Um luto nos relógios
Pra esquivar essa insônia.
Tinta que não chora nunca
No verso prisioneiro de sua crônica.

Era apenas eu embaixo do seu lençól?

Leleco.

terça-feira, julho 27, 2010

Tempo são

Pílula
Pupila
Cada um
Todos
Aquilo
Outros.

De repente
É preciso
Grito ruído
Venta
E ninguém lamenta.

Desordem
Dilúvio
Delírio por delícia.
Mímica mistura de mim
Isso não é doença
Todo capeta toca punheta.

Tempo são
Substantivos
Substância em solução.
Não vivo sem
O que o fogo mantém.

No fundo flutua
A solidão da puta
Antes de tudo
Ignoro os atributos.

Vagabundo poeta
Atira palavras, nunca pedra.
E diante da idéia
O bêbado repete La bella.

Vaso vazio
Casaco de frio
Amor de margarida
Ninguém duvida.

Leleco.

segunda-feira, julho 19, 2010

Melhor que cem

Um faz viver o outro
E faz renascer no outro
A antiga definição do amor.

Acima de toda esperança,
Encontro o futuro
Na certeza do beijo.
E no coração, meu bem
Não cabe mais ninguém.

Dobro a falta
Nesse nó de nós dois
(Meio-caminho entre a presença e a ausência).
Vento silencioso do abraço
Na despedida dos meus passos.

Desfio a vida
E repouso sobre sua barriga.
É, pouca gente sabe, meu bem
Que um grande amor é melhor que cem.

Leleco.

terça-feira, julho 06, 2010

Bendito



Três vezes bendito
Como se silêncio fosse
Trocar o dito pelo não-dito.

Pedro pescando modernidades
Na divina festa dos homens.
Despertando o riso dos deuses
Escondidos no bolso do padre.

Ela se estica
E tudo estala nos corredores de minha cabeça.
Descubro a mulher de minhas mil vidas
Entre a tontura e a ressaca.

A saudade que corta
É a aliança da próxima estação.
Bendito seja nosso delírio!

Leleco.