quinta-feira, dezembro 26, 2013

Isso eu nego!
É tudo culpa
Do meu alter ego.

Leleco.
Antes quando não existe
O depois
Insiste.

Leleco.
Quem diria
Sua solidão
Na minha teoria.

Leleco.

sexta-feira, dezembro 06, 2013

O seu olhar
Medusa
No meu hipotenusa.

Leleco.
Outro dia parecia que era hoje
E nesse dia lembrei de ontem
Onde é que o tempo se esconde?

Leleco.

sexta-feira, novembro 22, 2013

A sua gula por vírgula
Devora até
O meu ponto final.

Leleco.
Acordei dentro e estava fora
Só que quando estou fora
Pareço mais dentro.

Leleco.
Mar é
Mito
Em outros maremotos.

Leleco.

sábado, novembro 16, 2013

Mais relacionamentos
Entre tantos
Relaciona menos.

Leleco.

sexta-feira, novembro 15, 2013

Devolva
O lado de dentro
Da minha alma.

Leleco.
No telefone mudo
A saudade
De tudo.

Leleco.
O que vive entre nós
Reclamou
De solidão.

Leleco.

quinta-feira, novembro 14, 2013

Entre o agora
E o daqui a pouco
O silêncio de uma flor.

Leleco.
Por que sempre prezo
Aquilo que você
Despreza?

Leleco.
Conservo
A última
Conversa.

Leleco.
Ainda mar afogo
O que morro mal
Aqui.

Leleco.

domingo, novembro 10, 2013

Ela sempre aflita
Pelo gosto doce
Da minha mordida.

Leleco.
Sou eu quem sumo
Ou cada um é que se esconde
No seu casulo?

Leleco.

segunda-feira, novembro 04, 2013

Na falta de afeto
Quase tudo
Afeta.

Leleco.
Saudade
Palavra que aperta o peito
Ou só eu tenho esse defeito?

Leleco.

segunda-feira, outubro 28, 2013

Perfume Calvin Klein
Pra exalar sua solidão
Offline.

Leleco.

Tantos outros
E agora
São poucos.

Leleco.
Cego amor
Não
Te muda.

Leleco.
Sinto o cinto
Apertar o que minto
E não o que sinto.

Leleco.

quinta-feira, outubro 24, 2013

O sal da saudade

Saudade é uma invenção pra nada
A náusea ser de Sartre
A fúria pornô juvenil
Grafiti, gravetos, gravatas
Gravados no peito papel
Poesia do exilado
Deitado em berço esplêndido
Eu posso ou eu passo?
Amor-Quixote, desejo Sancho Pança
Intimidando o intermediário
Dizendo coisas novas
E o vento levou e ninguém duvida
A Divina Comédia do meu drama
Alighieri sorrindo seus Dantes cariados
Há dias em que penso ser sua saudade
Talvez, a minha própria caridade
Pregos, pragas e fórmulas mágicas
Em meus elitismos etílicos
No seu catolicismo retrógrado-pau-no-cú-pós-punk
Você não perde por esperar!
Sem antes nem depois
Toda a incapacidade de sermos tudo o que bem quisermos
A saudade é um uivo Ney Matogrosso.

Leleco.
Entre nós
Gira a pomba
Ou o sol?

Leleco.
Tão veredas
Esse grande ser
Em vão.

Leleco.
Risco o resto
E arrisco
O rumo.

Leleco.
Sempre sopro
Sua sombra
Quando sobra a sarjeta.

Leleco.
Em mim
As suas
Costas nuas.

Leleco.

quinta-feira, outubro 17, 2013

Na mete minto
Quando esqueço
Que sobre-vivo.

Leleco.
Ontem
Distante
Tempo
Gestante.

Leleco.

quinta-feira, outubro 10, 2013

Bemol ou sustenido
Meio tom abaixo
Tudo faz sentido.

Leleco.
Cubro o culto
E descubro
O oculto.

Leleco.
Na memória
A calma
Dessa solidão funerária.

Leleco.
Viver
Nesse mundo
Não é tudo.

Leleco.

domingo, outubro 06, 2013

Era meu
O que não era
Em mim?

Leleco.
Nem fita
Nem fato
Saudade é uma caixa de sapato.

Leleco.

quarta-feira, outubro 02, 2013

É o cúmulo
A gente mal sai da placenta
E já caminha para o túmulo.

Leleco.
O sapo incerto
Preferiu recusar
Os insetos.

Leleco.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Espirro
E jaz
Um delírio.

Leleco.
Parece piada
O eu e não-eu
Não querem dizer mais nada.

Leleco.
Repete
Aquilo que invento
Quando se inverte.

Leleco.

domingo, setembro 22, 2013

Tudo que nada
Anzol
Pesca a falta.

Leleco.
Só cai
Quem arrisca
Haicais.

Leleco.
Tempo
Tamborim
Atravessado em mim.

Leleco.

domingo, setembro 15, 2013

Horas atrás
A doença
Assustou até o Satanás.

Leleco.

domingo, setembro 08, 2013

Mudo
O mundo
E não mudo.

Leleco.
Essa fome que nos
Con
Some.

Leleco.
Meio dia
Pode ser
Um dia meio.

Leleco.

terça-feira, setembro 03, 2013

Conjuntivite
Convida o dia
A ter sol.

Leleco.
Verbo seco
No ventre
Do vento lento.

Leleco.
Meio dia
Entre as páginas do livro
Dorme a poesia.

Leleco.
Fechar os olhos
Tapar os ouvidos
Sonho indefinido.

Leleco.
Houve um tempo
Que era fácil
Ouvir o tempo.

Leleco.
Toma aqui
Toma ali
Tomate pode ser caqui.

Leleco.
Haikai
Balão
Na minha alucinação.

Leleco.
Era meu coração ou seu rosto
Que me pregava essa saudade
De mau gosto?

Leleco.
Nunca foi tão seu
Aquilo que nunca
Foi meu.

Leleco.
Porém
Não se sabe o quê
Nem se sabe quem.

Leleco.

sábado, agosto 24, 2013

Haja safena
Pra tanto amor
Sanfona.

Leleco.
Talvez seja eu
A última múmia
Desse museu.

Leleco.
Carnaval
A minha língua
Fingindo ser o fio dental.

Leleco.

quarta-feira, agosto 21, 2013

Ela pediu calma
Antes de amassar
A alma.

Leleco.
Dormi preto
E acordei
Prata.

Leleco.
Amor
Nem bem veio
E já é bem feito.

Leleco.
Há tantos erros
Para pouco
Eros.

Leleco.
O verde estranhou
Ao ver-me
Vermelho.

Leleco.
Entre o claro
E o escuro
O sol se põe.

Leleco.
Raio de rua
Refletindo em mim
A sombra da Lua.

Leleco.
Ele sabe de sobra
Que na vida
Nada sobra.

Leleco.
Fósforo de estrela
Acendendo
A noite preta.

Leleco.
Saudade dos anos
De amores
Paulistanos.

Leleco.

sábado, agosto 17, 2013

Oscilante
Osso
Do meu nenhum ócio.

Leleco.
Eram tantos noves
Que já não haviam
Novidades.

Leleco.
Pau enfurecido
No ventre
Carnívoro.

Leleco.
Tempo é
Tempo foi
Mas quanto tempo mais?

Leleco.

domingo, agosto 11, 2013

Eu li
E não livro
Minha alma.

Leleco.
Começou a batalha
Por um copo de cerveja
Sobre uma mesa sem toalha.

Leleco.
Diante
Do espelho
Imito o que vejo.

Leleco.
Sonho passa
Um com cada
E eu com nada.

Leleco.
Dia nublado:
Anzol que fisgou
O Sol.

Leleco.

domingo, agosto 04, 2013


Espelho
Sempre refletindo
Esse pesadelo.

Leleco.

Era o futuro
No passado
Que espera?

Leleco.
Sempre sobra
Muita
Sombra.

Leleco.

sábado, julho 27, 2013

Bem-me-quer
Que mal queria
Naquilo que esvazia.

Leleco.

quinta-feira, julho 25, 2013

Agora, enfim,
Morro
Dentro de mim.

Leleco.
Breve
É melhor pensar
Que não serve.

Leleco.
Tudo era raro
Vagalumes
Acendiam meus cigarros.

Leleco.
Um sonho de amora
E a vida gritando:
Agora!

Leleco.
Quem diria
Amor e ira
Enquanto o mundo gira.

Leleco.
Pinga a pia
Lá fora a chuva
Espia.

Leleco.

Alvo

Ninguém duvida:
Todo poeta é alvo
De sua própria ferida.

Leleco.
Falta de ar
No mesmo lugar
Que a saudade de ontem.

Leleco.
Pra onde vai
Aquilo
Que não lembro mais?

Leleco.
Choveu em nós
Molhou
Outros sóis.

Leleco.
Enquanto sofria
Restava apenas
O cheiro da noite fria.

Leleco.
Quase assim
Eu pensava:
"Onde era que o universo acabava?"

Leleco.

quinta-feira, julho 18, 2013

É muito Cristo
Para pouca
Cruz.

Leleco.
Roda a roleta
Fingindo ter
Asa de borboleta.

Leleco.

segunda-feira, julho 15, 2013

Tá foda!
Tô fora!
Do ar e da lei.

Leleco.
O mundo expande
Enquanto eu
Sou de falta tão grande.

Leleco.
Do lado de fora
O que eu sou
Além da memória?

Leleco.
Mente
E diz que eu nunca
Descolei o sutiã da sua pele.

Leleco.

sexta-feira, julho 12, 2013

Versos
Origem que não
Confesso.

Leleco.

A ponto
De partir
Nossa ponte.

Leleco.
Saudade
Sabor sal grosso
E ainda parece pouco?

Leleco.
Dor modernista
Arranhando a alma
Minha loucura acalma.

Leleco.
Entre os dentes
Um filete
De foguete.
(Palavras quase queimam)

Leleco.
O silêncio
Derramando
Todas as palavras.

Leleco.
Pau no gato
Em mato sem cachorro
E nenhum pio.

Leleco.
De que lado do hemisfério
É o horário nobre
Do adultério?

Leleco.
Disse
E não diz
Sobre o amor aprendiz.

Leleco.
Das suas verdades
Eu prefiro
Meus enganos.

Leleco.
No pecado
O joelho
É que paga o pato.

Leleco.

quinta-feira, julho 04, 2013

Urânio

A saudade
É Urânio
Pingando no crânio.

Leleco.

Egoísta

Em-si
Para-si
Assim em mim.

Leleco.

Sonhos

Durma seus sonhos
São nós
A corda.

Leleco.

Aranha

Aranha que não
Arranha o céu
Papa mosca no inferno.

Leleco.

Museu

Nada tenho de meu
Pobre mundo
Museu.

Leleco.

Impasse

Passe
Qualquer
Impasse.

Leleco.

quinta-feira, junho 20, 2013

Tão estranho
Ser
Esquisito.

Leleco.
Morro na mentira da verdade
Em dobro
Ou pela metade?

Leleco.
Na arca
Noé
Prefere ser Voyeur.

Leleco.

sábado, junho 15, 2013

No apartamento ao lado
O barulho da obra irrita.
Dentro de mim
O silêncio de uma obra-prima.

Leleco.

quinta-feira, junho 13, 2013

Quase Inverno

Tudo era o resto
Do mesmo velho tédio
Na fome da sombra
Daquele amor sucata.

Nunca mais o silêncio dos cadeados
Pelas esquinas dos estranhos.
Finjo fingir versos
Remendando o mundo moderno.

Fazia frio em mim
E ainda não era inverno.

Leleco.

terça-feira, junho 11, 2013

Rugas e risos
Quando fui
Pulga de circo.

Leleco.
No fundo
Todo amor é estúpido.
No raso
Todo amor é raro.

Leleco.
Água
Molha
Mágoa.

Leleco.
Guimba cheiro
De gambá
Ou guaraná?

Leleco.
Na boca da velha
Havia um gosto
De groselha.

Leleco.

terça-feira, junho 04, 2013

Revista Cult

A minha primeira poesia publicada numa revista.

http://revistacult.uol.com.br/home/2013/06/aquilo-que-eu-era-sozinho/
Fumo
Junto
Somos
Sonhos.

Leleco.

terça-feira, maio 28, 2013

Borboleta beata
Jura não ser mais
Lagarta.

Leleco.

segunda-feira, maio 27, 2013

Falho ato
E eu já tenho quase
Trinta e quatro.

Leleco.
Fumando na neblina
Descobri que não conheço
A solidão na China.

Leleco.

Curupira

Todo Curupira
Suspira o certo
Com os pés ao inverso.

Leleco.

terça-feira, maio 14, 2013

Para
Le

Ou

Le
Pípedo.

Leleco.

Percevejo

Percebo
Aquilo que não vejo
Quando percevejo.

Leleco.
No fim do ano,
Eu passo o pano
E enxugo meu prantos.

Leleco.

quinta-feira, maio 02, 2013

Tacho

Raspo até o fundo do tacho
Só pra ver
Se te acho.

Leleco.
Faço um acordo:
Não acordem meus acordes!

Leleco.

quarta-feira, maio 01, 2013

Marte

Solidão em Marte
Nem xeque
E nem mate.

Leleco.

Tupi

Deus Tupã
Eu, Tupi
Nanquim.

Leleco.

quinta-feira, abril 25, 2013

Saturno

É tanto Saturno
Aquilo que sujo
De vermelho Mercúrio.

Vida verso
Ao redor da vertigem
Universo.

Leleco.
São sim
Rogai por não.
São não
Rogai por mim.

Leleco.

quinta-feira, abril 11, 2013

Espirro

Espirro lírios
Em teus cílios
E respiro.

Leleco.

terça-feira, abril 02, 2013

Sereia

Sonhei antes do sonho
De minha insônia cama
Aquilo que ainda amanheço.

Antes de entender,
Espero e esqueço
Em meu ninguém
Um verso amor além.

Rima sem rumo
No canto senha da sereia.
A cada palavra
O adeus afogado na areia.

Leleco.

quinta-feira, março 28, 2013

Tarzan

A vida é simples, querida
Quem nasceu pra ser Tarzan
Nunca vai ser Chita.

Leleco.

segunda-feira, março 18, 2013

Violoncelo

O elo
Era apenas um
Violoncelo.

Leleco

sexta-feira, março 08, 2013

domingo, fevereiro 24, 2013

Do tempo árvore

O amor para que tarde
Antes que cedo morra o dia.
Era eu além da estranha palavra
Para existir em suas mentiras?

No fundo do fundo
Ainda flutua o ruído de tudo.
Algo me veste febre
No mistério do mercúrio.

Agora que sou
A espera de minha ausência
Confundo a sombra e a saudade
Do tempo que fui árvore.

Leleco.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Pra alguma coisa

Sou palavra tua
Escrita na palavra minha
Silêncio que caminha
Quando converso sozinho.

Sabe ser tão sábio
Quando tenta não ser sério
Só não parecia advinhar a palavra
Diante do mistério.

Febre fútil fervendo de poesia
E tudo que está além é a mesma porcaria.
Antes que a vida me leve embora
Você há de me ler pra alguma coisa.

Leleco.

sábado, janeiro 19, 2013

Cristãos e Canibais

Cristãos e Canibais
Dormem outra vez
Em paz.

Leleco.

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Cantiga da Mentira

Quase posso dizer aquilo que esqueci
Depois que comecei a mentir.
Poesia por uma palavra tua
Evitando a ausência crua.

Encurto multiplicando circuitos
Dentro do mesmo coração.
Cana capim limão
Deslizam no desespero do mundo.

Evoco a força de meus mortos
Na véspera de existir.
Entre o que sou e o que fui,
O nome que se apaga.

Leleco.