domingo, fevereiro 26, 2012

Doce sabor do acaso

Coma o que é concreto,
Vomite o que é céu
E esqueça o que foi seu.
Vamos revelar nenhum espírito
E rabiscar poemas de Shakespeare.

Onde estou que não encontro
O outro lado do que nunca fui?
Serei apenas esse corpo sem esquina
Com um jeito quase estranho de ruína.
O espelho é o retrato de uma ausência
Da cópia que é sempre mais bonita.

Respirei a sobra da gramática
No doce sabor do acaso.
E eu ainda não sabia
Quantos de mim cabiam num dia.

Leleco.

Um comentário:

Juliana Gelmini disse...

MUITO LINDO!! o belo é que nunca se descubra quantos cabem mesmo!^_^