Eu vou escrever um bolero-bactéria
Pra infectar o seu silêncio
Com a canção do meu corpo frágil.
Alfinetar o próprio voodoo
Num ritual orgiástico das oferendas.
Evapora leve no ar
A modernidade, helicópteros e haxixe.
Enquanto notícias de minha carne
Escorrem em bocas médicas.
Bêbadas bruxas e suas misturas antibióticas
Servidas no café-da-manhã
Sustentam algum lirismo e prolongam a distância
Entre o desespero e o vazio.
Apodreço em mim mesmo
Ignorando os abutres do tempo.
Apago o nome da memória
E permaneço com o cheiro de minha infância.
Leleco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário