sábado, maio 07, 2011

O Uivo

O tempo se esgota
Na tempestade rouca do mundo.
Cidade cemitério em festa
Margaridas negras devoram góticos.

Saudade atravessando relógios
Atlântico Samba-Ars antiqua
Metralhando em mim polifonia,
Poesia e possessão.

A vida no meu calcanhar
E o que restou do soluço?
Onze borboletas em meu telhado de lágrimas
Apenas eu!
Talvez ateu.
Já não há adeus.

O uivo condenado da alma
Minúsculo e quase nada
Vestindo o invisível peso da solidão.

Leleco.

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