segunda-feira, setembro 22, 2008

A Goteira


Eu sou o que não sou
Tantas mudanças pra continuar a ser o mesmo
Inquietudes risonhas
Verbo repetido em silêncio.

Serei apenas aquilo que conheço?
Quem fui eu depois?
Alegria confinada em você
Nesse mal de amor.

Tocamos outros sabores
E amanhecemos além do fim
Encolho o corpo em desespero
Nú e ridículo à espera de abrigo.
Falta ar, álcool ou verdade
Cinco meses pode ser uma eternidade?

Mergulho nossa língua
No esquecimento futuro
Atravesso o chão do nunca mais
Vestindo a loucura que te encanta.

Canto de cachoeiras,
Pingos e sereias
Água de torneira não volta
Afundo em seus lençóis
Na tarde azul que sobrou em nós.

Leleco.

Nenhum comentário: