segunda-feira, setembro 22, 2008

A Goteira


Eu sou o que não sou
Tantas mudanças pra continuar a ser o mesmo
Inquietudes risonhas
Verbo repetido em silêncio.

Serei apenas aquilo que conheço?
Quem fui eu depois?
Alegria confinada em você
Nesse mal de amor.

Tocamos outros sabores
E amanhecemos além do fim
Encolho o corpo em desespero
Nú e ridículo à espera de abrigo.
Falta ar, álcool ou verdade
Cinco meses pode ser uma eternidade?

Mergulho nossa língua
No esquecimento futuro
Atravesso o chão do nunca mais
Vestindo a loucura que te encanta.

Canto de cachoeiras,
Pingos e sereias
Água de torneira não volta
Afundo em seus lençóis
Na tarde azul que sobrou em nós.

Leleco.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Rotação


De agora em diante... tudo igual como antes.
Você com os seus, eu com a minha.
Quantas voltas a gente precisa dar pra cair no mesmo lugar?

Leleco.

terça-feira, setembro 09, 2008

A Evitação como Fuga de si mesma


Já era, cinderela!
Seu reinado enlouquecido
Seu príncipe embriagado
Seu amor invisível.

Também nós
Entre o sim e o não
Machucando palavras
Pra enganar a alma.

Assim está melhor agora, não é?!
É só evitar o meu ECO
E se esconder no túmulo de todos os vivos.

Mariposa de asa quebrada no ar parado
Para dar contorno
Aos insetos noturnos do Rio de Janeiro
E o resto é só remendar o passado.

Leleco.