terça-feira, outubro 10, 2006

Sem Sabor

Eu não sou você
Mas o que sou me percebo através de você.
Quando tenho eu não sou
E quando sou eu não tenho
O que há de errado com isso?

No meio de duas Fernandas
A psicanálise se lança,
A minha cabeça balança
Num quadro simples onde eu vejo
Que sou forte e talvez fraco
À medida que desapareço.

Inconveniente vantagem essa
De ser macaco falante
Se quase sempre me calo
E acabo nem de um lado nem do outro.

Canto jardins pra nascer primaveras
A existência já não assusta tanto
Coloco sabor no outro beijo
Pra redimir os meus danos.

Leleco.

3 comentários:

Anônimo disse...

parece que algo mudou nas perspectivas da vida.
Ou não será mudança?

um beijo

Leleco disse...

A desconstrução e construção se faz necessária!!
Eterna metamorfose... Raul Seixas tinha razão?

Anônimo disse...

Não gosto muito de dar razão ao Seixas, mas devo confessar que também prefiro ser essa metamorfose ambulante.